Perito aponta possível causa da queda de avião na Índia com 242 pessoas a bordo
- Deyse Melo

- 13 de jun.
- 2 min de leitura
Especialista aponta falha na propulsão como possível causa da queda do voo AI171, enquanto investigação segue para esclarecer o acidente com Boeing 787 na Índia.

O engenheiro aeronáutico e perito criminal Celso Faria de Sousa indicou que uma falha no sistema de propulsão pode ter provocado o acidente com o avião na Índia, ocorrido na última quinta-feira (12).
“Por que entendemos que foi um problema de propulsão? No momento da decolagem, exige-se demais dos motores. Por isso, é preciso ter uma propulsão que te ajude a ganhar altitude, com os motores a pleno e desenvolvendo a maior potência possível. Depois que se está lá em cima, reduz-se [a potência dos motores]. No momento da decolagem, eles precisam estar funcionando muito bem”, explicou Sousa em entrevista ao UOL News.
Ao analisar o vídeo que circulou nas redes sociais, o especialista comentou: “Na decolagem, a aeronave começa a perder altitude e cai. Não a vemos girar, desviar ou perder a direção. Isso indica que o piloto ainda estava conseguindo manobrá-la, mas não tinha motor. Nesse momento, ele tem que escolher a área em que dá conta de colocar a aeronave de modo a causar menos dano global. Deve ter sido isso o que ele tentou fazer”.
Entretanto, o engenheiro ressaltou que a falha pode ser resultado de uma combinação de fatores. “Pode ser algum problema de alimentação, mas não basta falhar uma bomba de combustível, e sim quatro. Perder as quatro bombas de combustível ao mesmo tempo é muito difícil e complicado, principalmente por haver bombas que são tocadas pelo próprio motor e outras elétricas. Então, quando se perde uma, há outras. É mais difícil elas falharem ao mesmo tempo do que haver um problema nos motores”, detalhou. Falha na manutenção
“Ainda resta a pergunta: como ele perde os dois motores? Para fins de certificação, essa aeronave teve que demonstrar que pode decolar com um motor operante apenas”, acrescentou.
Sobre a manutenção, Celso descartou a possibilidade de falha nesse setor como causa principal do acidente, destacando o rigor dos processos adotados pela Air India. “Pode haver um acidente por causa mecânica agravada por falha humana, mas isso é extremamente raro”, observou.
Ele ainda lembrou que a Air India integra a Star Alliance, grupo que exige padrões rigorosos. “Eles fazem uma auditoria e a empresa tem que ter um padrão mínimo tanto de manutenção como de pessoal, recebimento, atendimento em solo e despacho de bagagem”, listou.
Por fim, o perito levantou uma hipótese sobre as investigações em andamento: “Por isso, o pessoal da Air India não deve fazer uma manutenção inadequada. Ela deve ser de bom porte. Com o avançar das investigações, acabaremos vendo que foi uma soma de fatores que levou a esta queda”. O acidente
O voo AI171 da Air India, que seguia para o aeroporto de Gatwick, em Londres, caiu minutos após decolar de Ahmedabad, às 13h39 (horário local). Após o impacto, a aeronave pegou fogo. No total, estavam a bordo 242 pessoas, sendo 232 passageiros e 10 tripulantes.
Esse é o primeiro acidente fatal registrado com o modelo Boeing 787, lançado em 2011 e conhecido por sua tecnologia avançada e histórico sólido de segurança, segundo dados da Aviation Safety Network.












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