Amiga de Juliette é assassinada pelo namorado em Fortaleza; cantora faz alerta sobre relacionamentos abusivos
- Deyse Melo

- 10 de jul.
- 4 min de leitura
Clarissa Costa Gomes, de 31 anos, era enfermeira neonatal e foi morta a facadas dentro de casa. O suspeito do crime, o namorado da vítima, foi preso em flagrante. Juliette lamentou a tragédia nas redes sociais e fez apelo por atenção aos sinais de violência.

A cantora Juliette usou suas redes sociais, nesta quinta-feira (10), para lamentar o assassinato brutal de Clarissa Costa Gomes, de 31 anos, enfermeira neonatal e amiga próxima de sua melhor amiga de infância. A vítima foi morta a facadas na noite da última quarta-feira (9), no bairro Jardim Cearense, em Fortaleza, pelo próprio namorado, Matheus Anthony Lima Martins Queiroz, de 26 anos, que foi preso em flagrante minutos após o crime.
Abalada, Juliette relatou que conheceu Clarissa ainda na juventude, por meio de Monalisa, amiga com quem dividiu apartamento. Em tom emocionado, a ex-BBB alertou seus seguidores para os perigos dos relacionamentos abusivos, muitas vezes silenciosos e invisíveis aos olhos de quem está de fora.
"Hoje eu recebi uma notícia muito triste. Uma amiga, lá do Ceará, Clarissa, foi morta a facadas pelo namorado. Desde que eu recebi a notícia, eu estou o tempo inteiro me arrepiando, angustiada", afirmou Juliette em seus stories.
Ela destacou que Clarissa era uma jovem doce, estudiosa e dedicada à profissão. Segundo a cantora, o namoro parecia saudável e nunca apresentou sinais de violência.“Esse era o primeiro namorado dela. A gente nunca soube de absolutamente nada, se era um relacionamento tóxico. Nunca teve um indício de violência, não teve uma gradação. Simplesmente hoje, a gente acorda com a notícia dessa. É todo mundo se perguntando: será se a gente não viu, não percebeu? Não teve nenhum pedido de socorro.”
Juliette aproveitou para fazer um apelo:
"Se você tiver em uma relação minimamente violenta, não permaneça, peça ajuda. A gente queria muito que ela tivesse pedido ajuda, para a gente conseguir evitar isso. Não é brincadeira."
Namorado é preso após matar Clarissa a facadas
Logo após o crime, as Forças de Segurança iniciaram as buscas e localizaram o suspeito em um condomínio no bairro Maraponga, também na capital cearense. A prisão aconteceu ainda na noite de quarta-feira (9), conforme confirmou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). “Uma ação rápida da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) resultou, nessa quarta-feira (9), na prisão em flagrante de um homem, de 26 anos, suspeito de um crime de feminicídio ocorrido no bairro Jardim Cearense”, informou a SSPDS.

O corpo de Clarissa foi encontrado com sinais de violência dentro de casa. Equipes da Polícia Militar, da Perícia Forense (Pefoce) e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estiveram no local para os primeiros levantamentos.
“Com isso, os policiais civis se deslocaram até o local indicado, em um residencial no bairro Maraponga, onde ele foi localizado e preso. Ele foi conduzido para o DHPP, onde foi autuado em flagrante por feminicídio. Após os procedimentos cabíveis, ele foi colocado à disposição do Poder Judiciário”, informou a SSPDS.
A motivação do crime ainda está sob investigação. A confirmação da causa da morte depende do laudo oficial da Pefoce.

Quem era Clarissa Costa Gomes
Clarissa era enfermeira do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e já havia atuado também no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), onde trabalhou no Centro de Neonatologia. Ela era conhecida por seu carinho no cuidado com recém-nascidos e por seu envolvimento em causas sociais e religiosas.
Além da atuação profissional, Clarissa participava ativamente do grupo Encontro de Jovens com Cristo (EJC) da Paróquia Santo Antônio de Pádua, no bairro Maraponga, mesmo local frequentado pelo suspeito. O grupo religioso lamentou a perda da jovem nas redes sociais: "Sua alegria, fé e presença marcaram profundamente todos que conviveram com você no EJC. Hoje choramos sua ausência, mas confiamos que Deus a acolhe em Seus braços com infinito amor e misericórdia."
Instituições onde ela trabalhou também se pronunciaram. O HGF divulgou nota de pesar:
“Neste momento de pesar, todos que fazem o HGF manifestam solidariedade à família, aos ex-colegas e aos amigos enlutados”.
O HGCC também se solidarizou: “Clarissa prestou relevantes serviços nesta unidade hospitalar. Neste momento de dor, todos os profissionais que fazem o HGCC se solidarizam com familiares e amigos”.
O Conselho Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE) homenageou a profissional como alguém comprometido com o cuidado à saúde da população cearense.
Violência silenciosa e a importância da denúncia
A morte de Clarissa escancara, mais uma vez, a gravidade da violência doméstica e dos relacionamentos abusivos, que muitas vezes não apresentam sinais claros até que seja tarde demais. O caso reacende o debate sobre a importância de observar sinais de controle, ciúmes excessivo, manipulação emocional e outras formas de abuso psicológico que podem evoluir para a violência física.
O feminicídio de Clarissa Costa Gomes não é um caso isolado. Trata-se de mais um alerta sobre a urgência de oferecer apoio, informação e proteção às mulheres que vivem em situação de risco. O crime, agora sob investigação, clama por justiça — e por mais atenção da sociedade a todas as Clarissas que ainda podem ser salvas.












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