Conheça a história do Papa Leão XIV
- Deyse Melo
- 8 de mai.
- 3 min de leitura
O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito novo Papa da Igreja Católica Apostólica Romana. Ele é o primeiro papa norte-americano da história da Igreja e será chamado Papa Leão 14, conforme sua escolha.

A aguardada fumaça branca, anunciando que o novo papa foi eleito, foi expelida na tarde desta quinta-feira (8/5) da chaminé da Capela Sistina, no segundo dia de conclave. O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi escolhido por pelo menos 89 dos 133 cardeais do conclave, assumindo o posto que era de Papa Francisco.
Prevost é o primeiro papa norte-americano da história da Igreja e será chamado Papa Leão 14, conforme sua escolha. Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, é também o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante.
Mesma linha de Francisco
Apesar de ter um perfil discreto e de voz tranquila, Prevost é visto como um reformista, tendo a mesma linha de abertura adotada por Francisco, o que traz um certo alívio para aqueles que ansiavam por uma continuidade de reformas na Igreja. Seus apoiadores esperam que ele continue o processo consultivo iniciado por Francisco, envolvendo leigos nas decisões da Igreja.
Prevost se assemelha ao Papa Francisco em seu compromisso com os pobres e migrantes, e na forma de se aproximar das pessoas, mas é visto visto como sendo de “meio termo”, sempre moderado em suas atitudes e reações.
Considerado um profundo conhecedor da lei canônica que rege a Igreja Católica, Prevost tem formação sólida em teologia. Ele iniciou sua vida religiosa aos 22 anos, se formando em Teologia pela União Teológica Católica de Chicago. Aos 27 anos, foi enviado à Roma para estudar direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino.

América Latina
Apesar da origem norte-americana, Prevost construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru, onde se destacou até alcançar os cargos mais altos da Cúria Romana.
Ao ser eleito, ocupava duas funções importantes no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.
Robert Francis Prevost foi ordenado padre em 1982 e, dois anos depois, iniciou sua atuação missionária no Peru — primeiro em Piura, depois em Trujillo, onde permaneceu por dez anos, inclusive durante o governo autoritário de Alberto Fujimori. Ele chegou a cobrar desculpas públicas pelas injustiças cometidas no período.
Crise
Prevost foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, em 2014, cargo em que foi ordenado bispo. Foi nesse período, em 2023, que ele enfrentou a principal crise de sua trajetória, quando foi acusado de acobertar casos de abuso sexual cometidos por dois padres.
As denúncias foram feitas por três mulheres que foram molestadas quando ainda eram crianças. Segundo seus depoimentos, uma das vítimas teria telefonado para Prevost em 2020.
Dois anos depois, Prevost recebeu formalmente os relatos e encaminhou o caso ao Vaticano. Um dos padres foi afastado preventivamente e o outro já não exercia mais funções por questões de saúde.
A diocese peruana nega qualquer acobertamento e afirma que Prevost seguiu os trâmites exigidos pela legislação da Igreja. O Vaticano ainda não concluiu a investigação.
Durante sua passagem pelo Peru, Prevost também ocupou cargos de destaque na Conferência Episcopal local e foi nomeado para a Congregação do Clero e, depois, para a Congregação para os Bispos. Em 2023, recebeu o título de cardeal — função que ocupou por menos de dois anos antes de se tornar papa, algo raro na Igreja moderna.
Fontes: G1 e Folha de SP
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