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Francisco Cuoco morre aos 91 anos em São Paulo: uma lenda da televisão brasileira se despede

  • Foto do escritor: Deyse Melo
    Deyse Melo
  • 19 de jun.
  • 3 min de leitura

Ator estava internado no Hospital Albert Einstein; trajetória de mais de seis décadas marcou gerações com personagens inesquecíveis

Francisco Cuoco
Francisco Cuoco morreu aos 91 anos - Foto: Reprodução | TV Globo

O Brasil se despede de um ícone da dramaturgia. Francisco Cuoco, ator consagrado com uma carreira que atravessou mais de seis décadas no teatro, cinema e televisão, faleceu nesta quinta-feira (19), aos 91 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. O ator será velado nesta sexta-feira (20), em São Paulo, em cerimônia fechada para familiares e amigos.

O início

Nascido no bairro do Brás, em São Paulo, no dia 29 de novembro de 1933, Cuoco teve desde cedo um fascínio pelo palco. Ainda criança, transformava o quintal de casa em cenário de improviso após a visita de circos itinerantes.


“Eu encenava uns diálogos engraçados para os vizinhos, tudo imaginação de criança”, recordava.

Inicialmente, seguiu o caminho tradicional e ingressou no curso de Direito, mas logo se rendeu ao chamado artístico e transferiu-se para a Escola de Arte Dramática de São Paulo. Formado, ingressou no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e, posteriormente, no Teatro dos Sete, ao lado de nomes como Fernanda Montenegro e Sérgio Britto.

Dos palcos à televisão

Sua estreia na TV aconteceu no programa “Grande Teatro Tupi”, que encenava peças ao vivo. “Interpretamos peças completas. A TV ainda era ao vivo e, lógico, tínhamos que improvisar muito. Foi um aprendizado incrível”, contou ao Memória Globo.

Sua primeira novela foi “Marcados pelo Amor” (1964), na TV Record, seguida por sucessos na Excelsior como “Redenção” (1966) e “Legião dos Esquecidos” (1968), onde contracenou com Regina Duarte.

A estreia na Globo aconteceu em 1970, como o padre Vitor, na novela Assim na Terra Como no Céu, de Dias Gomes. A partir dali, Cuoco construiu uma galeria de personagens memoráveis.

Ídolo de gerações e parceiro de Janete Clair

Foi com Janete Clair que Francisco Cuoco viveu alguns dos papéis mais marcantes de sua trajetória. Em Selva de Pedra (1972), interpretou o ambicioso Cristiano Vilhena, par de Simone Marques, vivida por Regina Duarte. Vieram ainda personagens icônicos como o jornalista Alex em O Semideus (1973) e o aviador mulherengo Mário Barroso em Cuca Legal (1975).

Mas foi o taxista Carlão, de Pecado Capital (1975), que entrou definitivamente no imaginário popular. “O Carlão tinha essa generosidade, essa coisa de olhar para o semelhante e ver o semelhante, não era um estranho para ele, era um igual. Eu acho que ele tinha a mágica do personagem popular”, afirmou Cuoco.

No remake da novela, em 1998, ele interpretou o papel de Salviano Lisboa, originalmente vivido por Lima Duarte.

Entre outros destaques de sua carreira na TV estão O Outro (1983), O Salvador da Pátria (1989), Passione (2010), Sol Nascente (2016) e Segundo Sol (2018). Seu último trabalho foi em 2023, numa participação especial na série No Corre, do Multishow.


Francisco Cuoco na novela O outro
Cena de 'O outro', novela de 1987 com Francisco Cuoco — Foto: Acervo/Globo

No cinema e no teatro

Além das novelas, Cuoco também brilhou no cinema. Nos anos 1990 e 2000, integrou elencos de filmes como Traição (1998), Gêmeas (1999), Um Anjo Trapalhão (2000), A Partilha (2001) e Cafundó (2005).

Em 2005, retornou ao teatro com a peça Três Homens Baixos, ao lado de Gracindo Jr. e Chico Tenreiro, reencontrando o palco que marcou o início de sua carreira.

Legado eterno

Com três filhos — Tatiana, Rodrigo e Diogo — Cuoco deixa uma legião de admiradores, colegas de profissão e um legado que atravessa gerações. Ídolo para atores mais jovens, era conhecido por sua generosidade e por valorizar a técnica.

“É importante que o ator tenha uma percepção que eu chamo de inteligência cênica: o Francisco não faz determinadas coisas na vida real, mas seu personagem faz. Porque, às vezes, se você não tem experiência, faz uma coisa mecânica e sem alma. É importante que os personagens tenham vida própria… Eu prefiro que o personagem sufoque o Francisco”, afirmou ao Memória Globo.

Francisco Cuoco se vai, mas sua arte, sua voz e seus personagens continuam vivos na memória da dramaturgia brasileira. Uma referência de entrega, talento e sensibilidade, que deixa o palco da vida aplaudido de pé.

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